Por: Redação Conde FM
São Francisco do Conde, BA — A Câmara Municipal de São Francisco do Conde foi palco de um debate acalorado e de uma votação apertada que culminou na aprovação para o retorno do essencial programa social “Pão na Mesa”. Em análise para o portal e o programa Bahia Política, o jornalista Jutan Araujo detalhou os bastidores da votação e, principalmente, a relevância socioeconômica deste benefício para a população.
Voto de Minerva e Arrecadação em Queda
O retorno do “Pão na Mesa” — uma reformulação do antigo Programa de Acolhimento Social (PAIS), criado em 2009 pela saudosa Rilza Valentim — só foi possível graças ao voto de desempate (Voto de Minerva) do vereador Neno Caipira. Jutan Araujo destacou a divisão na Casa Legislativa, com parte dos vereadores votando contra a retomada do programa.
O jornalista trouxe dados alarmantes sobre a saúde financeira do município, comparando a arrecadação de 2009 com a realidade atual.
| De novo | (Média Mensal) | Salário Mínimo |
| 2009 (Criação do PAIS) | R$ 24.957.000,00 | R$ 465,00 |
| 2025 (Retorno do Pão na Mesa) | R$ 40.000.000,00 | R$ 1.518,00 |
Em uma comparação direta, Jutan Araujo demonstrou que, para manter o programa no mesmo patamar de 2009, o município precisaria estar arrecadando cerca de R$ 81.474.000,00 por mês. No entanto, a média mensal atual é de apenas R$ 40 milhões.
Os números revelam uma queda drástica e crescente na arrecadação municipal:
2009 a 2025: restantes 50,09%
2010 a 2025: restantes 55,09%
2014 a 2025: restantes 44,4%
“O município está perdendo a receita, é notório,” afirmou Araujo, ressaltando a responsabilidade fiscal do prefeito Antônio Calmon, que não pode realocar “verba carimbada” sob pena de cassação e prisão. Os programas sociais, como o “Pão na Mesa” e a Bolsa Universitária, dependem do pouco que “sobra” do orçamento após o custeio de áreas prioritárias como Saúde e Educação.
O Efeito Econômico e a Crítica Política
Para Jutan, o retorno do benefício, mesmo em um formato adaptado à realidade financeira atual, é crucial. “O pouco com Deus é muito,” declarou, enfatizando que o objetivo principal é fazer a”grana cair na mão das pessoas que têm direito,” movimentando o comércio local.
"Imagina aí, cem, duzentas, quinhentas pessoas, mil pessoas recebendo o Pão na Mesa, olha como o comércio do município vai se movimentar, as padarias, os mercados e por aí vai."
O jornalista não poupou críticas aos vereadores que votaram contra o projeto, sugerindo que a oposição ao programa demonstra falta de empatia com o sofrimento da população. “Meio-dia dá na casa de todo mundo, principalmente de quem mais precisa,” pontuou.
Araujo desafiou os políticos a se concentrarem em buscar soluções para a geração de renda, questionando a falta de emendas parlamentares ou a atração de empresas e atacados para o município. O jornalista encerrou parabenizando o prefeito Calmon, que, segundo informações, já se reuniu com a Secretaria de Desenvolvimento Social e o Banco do Brasil para definir um cronograma de pagamento.
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