Por: — Redação Conde FM:
Katmandu, Nepal — O Nepal mergulhou em uma de suas piores crises políticas e sociais desde o fim da monarquia, em 2008. O estopim para a onda de violência que já deixou 25 mortos e mais de 200 feridos foi o bloqueio de 26 redes sociais, incluindo gigantes como Facebook, Instagram e YouTube. A medida, vista como um ato de censura pelo governo para abafar críticas à corrupção, desencadeou uma revolta que se deu por todo o país.
A repressão policial violenta no primeiro dia de protestos, que resultou em 19 mortos, agiu como um incidente para a indignação popular. A juventude, em especial a “Geração Z” , herdou a linha de frente das manifestações, transformando o protesto inicial contra a censura em um verdadeiro levante nacional contra a política de elite.
A fúria dos manifestantes escalou rapidamente. O Parlamento, a Suprema Corte e o gabinete presidencial foram incendiados. A residência do ex-primeiro-ministro Jhalanath Khanal foi atacada, culminando na trágica morte de sua esposa, Rajyalaxmi Chitrakar, que morreu queimada. O então primeiro-ministro KP Sharma Oli também teve sua casa incendiada e, em meio ao caos, acabou renunciando à carga. Outros líderes políticos, como o ex-premiê Sher Bahadur Deuba e sua esposa, o ministro das Relações Exteriores Arzu Rana Deuba, foram agredidos em suas próprias residências.
O governo tentou aplacar uma revolta desbloqueando as redes sociais, mas até certo ponto foi ineficaz. A pauta dos manifestantes evoluiu e, agora, eles desativaram o fim da corrupção, a proteção dos responsáveis pela repressão e uma reforma política profunda para mudar os rumores do país. Analistas políticos alertam que, se não houver um diálogo efetivo e mudanças reais, o Nepal corre o risco de uma instabilidade prolongada.
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