Por: — Redação Conde FM:
O ex-jogador Robinho, preso desde março de 2024 por crime de estupro coletivo, vive uma rotina atípica na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo. Longe dos gramados, ele enfrentou uma nova realidade que tem chamado a atenção, combinando sinais de desorientação com um prestígio inegável entre os outros detentos.
As revelações, trazidas pelo jornalista Ulisses Campbell no livro “Tremembé: O presídio dos famosos”, mostram um cenário complexo. Campbell descreve um Robinho que caminha pelo pátio “falando sozinho”, um comportamento que, segundo ele, indica uma dificuldade em se adaptar à vida na prisão. O ex-atleta, que ainda se declara inocente e considera suas publicações injustas, parece não ter internalizado sua nova condição.
No entanto, essa desorientação coexiste com uma posição de destaque. Robinho é tratado como uma verdadeira celebridade no presídio. Sua fama e sua fortuna o colocaram no topo de uma posição de respeito entre os presos. “Os famosos têm uma questão social”, explica Campbell, destacando que detentos com dinheiro, como Robinho, são protegidos e bajulados por uma comunidade carcerária majoritariamente pobre.
Essa influência vai além dos muros da cela. O ex-jogador se dedica a atividades como treinar futebol com carcereiros e outros presos, e até mesmo a oferecer orientação jurídica a outros custodiados. Sua presença é tão magnética que tem impactado as visitas: famílias e até crianças têm se deslocado para a penitenciária não apenas para ver seus parentes, mas também para ter um vislumbre do ídolo. Em um relato chocante, Campbell menciona a história de um preso que foi visitado pelo filho após um ano, unicamente porque a criança queria ver Robinho.
Em meio a essa dualidade — a perturbação e a idolatria — a situação de Robinho em Tremembé continua a gerar debate e a revelar as dinâmicas complexas do sistema prisional brasileiro, onde a fama e o status social podem alterar até mesmo as regras não escritas da cadeia.
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