Por: — Redação Conde FM:
Pequim, 15 de setembro de 2025 — A China reagiu com contundência às recentes pressões dos Estados Unidos por tarifas sobre países que continuam comprando petróleo da Rússia. Em declarações oficiais nesta segunda-feira, o governo chinês acusou Washington de “intimidação econômica” e “coerção unilateral”, rejeitando qualquer tentativa de interferência em suas decisões soberanas de política energética.
A tensão entre as duas maiores economias do mundo aumentou após autoridades norte-americanas sugerirem a imposição de tarifas secundárias — entre 50% e 100% — a países que mantêm relações comerciais com o setor energético russo, como forma de sufocar economicamente Moscou em meio à guerra prolongada na Ucrânia.
O Ministério do Comércio da China afirmou que as compras de petróleo são realizadas com base em necessidades legítimas de segurança energética e desenvolvimento econômico, e que "nenhum país tem o direito de ditar" as decisões chinesas nesse campo. “Essa postura dos EUA representa uma forma de bullying econômico e viola os princípios básicos do comércio internacional”, disse um porta-voz da pasta.
Washington argumenta que a continuidade das exportações russas de petróleo, especialmente para países asiáticos como China e Índia, enfraquece os esforços ocidentais para conter a máquina de guerra de Vladimir Putin. No entanto, para Pequim, essas acusações não têm fundamento jurídico e somente acirram ainda mais um cenário de rivalidade global.
Além das críticas verbais, a China alertou que tomará “todas as medidas possíveis” para proteger seus interesses nacionais, caso os Estados Unidos avancem com as tarifas. Embora o governo chinês não tenha detalhado que tipo de retaliação pode ser adotado, os analistas apontam para possíveis restrições comerciais e ações diplomáticas.
Especialistas em relações internacionais avaliam que esse novo capítulo na disputa sino-americana pode ter efeitos colaterais na economia global, especialmente nos mercados de energia, cadeias de fornecimento e comércio internacional.
“Estamos diante de uma escalada potencial que pode reconfigurar alianças econômicas e geopolíticas”, disse Lin Zhang, professor de Relações Internacionais da Universidade de Pequim.
Enquanto isso, os aliados europeus observam uma situação com cautela. Alguns membros do G7 já encontraram resistência à proposta de tarifas secundárias, tendo impactos negativos em suas próprias economias.
Com o pano de fundo das eleições presidenciais norte-americanas de 2026 se aproximando, uma retórica agressiva contra a China também pode estar ligada a estratégias eleitorais. A pressão por tarifas mais duras tem sido uma bandeira de candidatos conservadores, que buscam fortalecer a imagem dos EUA como potência hegemônica.
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