A denúncia sobre o expressivo crescimento patrimonial da família Nogueira reacendeu o debate sobre o uso da vida pública para enriquecimento pessoal em São Francisco do Conde. A coluna Tempo Presente, do jornal A Tarde, divulgou uma reportagem que levantou suspeitas sobre os bens da família, uma das mais tradicionais da política no município.
O ex-vereador e médico, Mário Nogueira, exerceu sete mandatos consecutivos na Câmara Municipal, chegando a presidir a Casa. Conhecido por sua influência na cidade, Mário começou a carreira política com uma vida simples, mas encerrou a trajetória pública com evidentes sinais de riqueza.
Em 2020, o político decidiu não disputar a reeleição para apoiar o filho, Rafael Nogueira, que concorreu pelo PSB e foi eleito vereador.
A apuração sobre o caso revela dados ainda mais preocupantes. Conforme a declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o vereador Rafael Nogueira tem um patrimônio de R$ 515 mil, valor que, no entanto, está bem abaixo do mercado.
Entre os bens declarados, estão:
Apartamento na Avenida Paralela, Salvador–BA: A unidade 1704 no Condomínio Manhattan foi declarada por R$ 420 mil, enquanto imóveis similares no mesmo prédio estão avaliados em mais de R$ 1,5 milhão. A discrepância de mais de R$ 1,1 milhão levanta suspeitas sobre o verdadeiro valor do bem.
Terreno em São Francisco do Conde: Um lote na estrada de Campinas, avaliado em R$ 95 mil.
A aparente subavaliação dos bens pode ser enquadrada como crime de falsidade ideológica, conforme o Art. 350 do Código Eleitoral. A lei prevê pena de até cinco anos de prisão, além de multa, para quem omite ou distorce informações em documentos públicos, ou privados.
Agora, a expectativa é de que o Ministério Público Eleitoral seja acionado para investigar o caso. A investigação é fundamental para garantir a transparência e a legalidade no exercício do mandato público.
Fonte: Jornal A Tarde (Coluna Tempo Presente)
Postar um comentário